quarta-feira, 20 de junho de 2012

Pássaros nervosos no mundo offine

 
       
No final de 2009, o aplicativo para iphone Angry Birds foi lançado e virou uma verdadeira febre entre os usuários. Devido ao sucesso, o jogo foi adaptado para outras plataformas como smartphone, computador, tablet, playstation 3, além de estar disponível para facebook e como aplicativo no navegador google chrome. A Rovio, empresa desenvolvedora do famoso game, apostou nos personagens para lançar uma série de desenho animado que será exibida na televisão. São 52 episódios, inicialmente, com duração entre dois e três minutos. O desenho deve ser exibido a princípio na rede francesa MIPTV.
Nick Dorra, diretor da produtora Rovio, acredita que o desenho tem previsão de ir ao ar ainda este ano. Os episódios também estarão disponíveis via tablets e smartphones. Entretanto, há planos para o desenvolvimento também de um longa, que pode ser lançado em 2013 ou 2014. 
Angry Birds exemplifica a possibilidade que um conteúdo tem de transitar em diversos meios na atualidade. Tendo surgido inicialmente no meio digital, a franquia estará presente também na televisão e cinema, dois meios distintos. Outro exemplo que pode ser citado é o game Resident Evil, recordista de vendas, que baseou o primeiro filme da sequência de ficção científica homônima, estrelada por Milla Jovovich. 
Pode-se observar, com isso, um processo de crossmídia. Segundo Henry Jerkins, a “palavra que define mudanças tecnológicas, industriais, culturais e sociais no modo como as mídias circulam em nossa cultura (…) uma situação em que múltiplos sistemas midiáticos coexistem e em que o conteúdo passa por eles fluidamente.”  (JENKINS, 2008, p. 332)
Se um jogo conseguiu fazer tanto sucesso sendo composto por porcos que mal roncam, pássaros que pouco piam (sendo que ambos só fazem isso depois de uma atitude do jogador), as versões cinematográfica e televisiva devem atrair muita atenção. Não só pelo provável desenvolvimento dos personagens, mas também pela busca constante dos consumidores por mais conteúdo, não importando onde ele esteja. Para Jenkins, os “consumidores são incentivados a procurar novas informações e fazer conexões em meio a conteúdos midiáticos dispersos.” 
Entretanto, nada garante que o desenho ou o filme irão agradar ao público do game, afinal, os personagens devem adaptar-se à linguagem dos determinados meios quando forem transferidos para essas mídias. Suas personalidades serão desenvolvidas de maneira mais complexa. Por serem animados, não será mais necessária a participação humana para que os mórbidos bichinhos comecem a agir. Eles agirão por conta própria. Como os personagens serão construídos? As mudanças não vão descaracterizar os já conhecidos porcos e pássaros? Ou irão acrescentar ao universo dos Angry Birds? Isso será atrativo para os fãs do game? Como será a narrativa? Esses serão questionamentos debatidos até a estreia do desenho. Só há uma única certeza até o presente momento: toda obra ao ser adaptada, sofre alguma consequência que pode interferir positivamente ou negativamente na fruição do público.
Além do desenho e do possível filme, no final do ano passado foi aberta uma loja dos Angry Birds na Finlândia, país de origem da Rovio. Todos os tipos de produtos vendidos são relacionados ao jogo, principalmente aos seus personagens. Futuramente serão abertas mais lojas como esta na China e em outros países. Esta é a prova que o Angry Birds vem saindo do espaço online, conquistando o espaço offline e gerando mais lucros, além de consquistar mais fãs pelo mundo inteiro.  
Fonte: Transmedia e Crossmedia
    

1 comentários:

ANA CAROLINA disse...

Que bacana isso!!

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